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Forças Armadas dizem que atos não são criminosos e reforçam compromisso com a democracia

Nota oficial das instituições foi publica na manhã desta sexta-feira, após reunião da cúpula com o Ministério da Defesa

Por Central TO em 11/11/2022 às 09:52:49
Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

As Forças Armadas brasileiras publicaram uma nota direcionada às instituições nacionais e ao povo nesta sexta-feira, 11, sobre as manifestações que se opõem à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para Presidente da República, realizadas em diversas partes do país. O documento, assinado pelos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronautica, foi divulgado após uma reunião da cúpula das Forças Armadas e do Ministério da Defesa na noite da última quinta-feira, 10. No texto, as instituições dizem que atos não são criminosos, citando a Constituição Federal, e reafirmam seu compromisso com a democracia e seus instrumentos legais para resolução de quaisquer problemas e "controvérsias". "A Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil, ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história", começa o texto.

"A Constituição Federal estabelece os deveres e os direitos a serem observados por todos os brasileiros e
que devem ser assegurados pelas Instituições, especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento;
à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional. Nesse aspecto, ao regulamentar disposições do texto constitucional, o Parlamento Brasileiro foi bastante claro ao estabelecer que: "Não constitui crime [?] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem à atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais'", continua o documento.

A nota das Forças Armadas ainda condena excessos cometidos nas manifestações relacionados à restrição de direitos individuais e coletivos ou que colocam em risco a segurança pública ou alimentem a desarmonia na sociedade. "A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado
democrático de direito", pontua o texto. "A construção da verdadeira Democracia pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social", finaliza o documento.




NOTA À IMPRENSA

Às Instituições e ao Povo Brasileiro

Acerca das manifestações populares que vêm ocorrendo em inúmeros locais do País, a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira reafirmam seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil, ratificado pelos valores e pelas tradições das Forças Armadas, sempre presentes e moderadoras nos mais importantes momentos de nossa história.

A Constituição Federal estabelece os deveres e os direitos a serem observados por todos os brasileiros e que devem ser assegurados pelas Instituições, especialmente no que tange à livre manifestação do pensamento; à liberdade de reunião, pacificamente; e à liberdade de locomoção no território nacional.

Nesse aspecto, ao regulamentar disposições do texto constitucional, por meio da Lei nº 14.197, de 1º de setembro de 2021, o Parlamento Brasileiro foi bastante claro ao estabelecer que: "Não constitui crime [...] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais, por meio de passeatas, de reuniões, de greves, de aglomerações ou de qualquer outra forma de manifestação política com propósitos sociais".

Assim, são condenáveis tanto eventuais restrições a direitos, por parte de agentes públicos, quanto eventuais excessos cometidos em manifestações que possam restringir os direitos individuais e coletivos ou colocar em risco a segurança pública; bem como quaisquer ações, de indivíduos ou de entidades, públicas ou privadas, que alimentem a desarmonia na sociedade.

A solução a possíveis controvérsias no seio da sociedade deve valer-se dos instrumentos legais do estado democrático de direito. Como forma essencial para o restabelecimento e a manutenção da paz social, cabe às autoridades da República, instituídas pelo Povo, o exercício do poder que "Dele" emana, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população, bem como a estrita observância das atribuições e dos limites de suas competências, nos termos da Constituição Federal e da legislação.

Da mesma forma, reiteramos a crença na importância da independência dos Poderes, em particular do Legislativo, Casa do Povo, destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade.

A construção da verdadeira Democracia pressupõe o culto à tolerância, à ordem e à paz social. As Forças Armadas permanecem vigilantes, atentas e focadas em seu papel constitucional na garantia de nossa Soberania, da Ordem e do Progresso, sempre em defesa de nosso Povo.

Assim, temos primado pela Legalidade, Legitimidade e Estabilidade, transmitindo a nossos subordinados serenidade, confiança na cadeia de comando, coesão e patriotismo. O foco continuará a ser mantido no incansável cumprimento das nobres missões de Soldados Brasileiros, tendo como pilares de nossas convicções a Fé no Brasil e em seu pacífico e admirável Povo.

Brasília/DF, 11 de novembro de 2022.

Almirante de Esquadra ALMIR GARNIER SANTOS

Comandante da Marinha

General de Exército MARCO ANTÔNIO FREIRE GOMES

Comandante do Exército

Tenente-Brigadeiro do Ar CARLOS DE ALMEIDA BAPTISTA JUNIOR

Comandante da Aeronáutica


O QUE DIZ OS PRINCIPAIS SITES


G1/GLOBO | Política

Forças Armadas condenam 'eventuais excessos em manifestações'

Em nota, chefes de Exército, Marinha e Aeronáutica também criticaram 'eventuais restrições a direitos por agentes públicos'.

CNN | Política

Forças Armadas reafirmam apoio à democracia e dizem que manifestações são legítimas, mas condenam excessos

Militares dizem ainda que quaisquer "controvérsias" na sociedade devem ser resolvidas por meio do estado democrático de direito







Fonte: Jovem Pan

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